domingo, 26 de fevereiro de 2012

A ética de hoje e sempre

     Em 1964, época de Ditadura Militar no Brasil, a repressão do governo para com a população era grande. O modo com que se resolvia os problemas sociais ou políticos era a base da violência. Porém, apesar de tal brutalidade exercida, a sociedade não perdia seus princípios ou buscava aprimorá-los não em consequência dos atos violentos, mas devido à esperança em ver surgir uma ética de fato universal evoluída a partir da moral de cada ser.
     No entanto, em pleno século XXI, o que se presencia é uma realidade que se diz democrática, mas que acaba por gerar uma inversão de valores sociais entre os jovens e muitas vezes no meio paterno também, o qual fecha os olhos para as presenciais atitudes que demonstram ausência de valores éticos na juventude. De maneira a fazer com que os responsáveis acreditem que é papel apenas da escola ensinar tais princípios. Esses, os quais deveriam ser passados como uma herança entre as gerações e de pai para filho.
     Tais fatos criam os atuais vícios da sociedade, os quais fazem com que se veja o ter como prioridade ao invés do ser e da essência do homem. Manias essas que sempre existiram, mas que anteriormente sabiam controlar. Esse violento controle de antes não cabe mais à contemporaneidade, entretanto o desrespeito ao próximo, a falta de comprometimento com o papel de cidadão ou o ato da criminalidade são atitudes contrárias a todas as etapas alcançadas com o intuito de manter a ordem e o progresso na nação.
     Respeito, compromisso, exemplo e cidadania. É um fato que essas são atitudes éticas e também universais, porém o exercício da moral precisa ser também. Não cabe haver outra repressão para se colocar a ordem, pois o tempos são outros. Porém, é bom lembrar que os valores a serem preservados são os mesmos.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Mudança no conceito de vitória

     Desde o Impeachment do ex-presidente Fernando Collor até a contemporaneidade, o fenômeno da corrupção só tem se ampliado e tornado mais claro que, as diversas figuras corrompidas não são um fato isolado, mas atravessam a sociedade inteira. Essa, que perdeu seus valores e princípios, de maneira a ter como único objetivo; seja no esporte, na política ou em empresas, a prática de tudo por dinheiro.
     Tal prática revela a ganância do ser humano no acúmulo de capitais, já que a ideologia dominante na sociedade contemporânea é a dos novos ricos, os quais conhecem o preço de todas as coisas, mas desconhecem ou desvalorizam seu real valor. Prova de mudança nos valores sociais e no sentido da palavra esporte, que antes era uma boa contradição entre competição e união, foi a perda de esportividade de um grande (ou ex-grande) ídolo brasileiro de Fórmula 1, o piloto Felipe Massa, que trocou seu merecimento por circunstâncias impostas por sua equipe.
     O reflexo da corrupção social no esporte, que ao deixar de ser competitivo abala a autoestima nacional e decepciona milhões de fãs, é gerado pela falta de sentido na existência de honra pela vitória gerada através do merecimento, competência e garra. Os próprios esportistas não possuem o direito ou, até mesmo, o interesse em ganhar. Se contentam com o pouco imposto a eles e que, de maneira contraditória, os rende muito. Não moral, pois a população fica chocada com a ideia de que a gana pela disputa pode ser derrotada por um contrato milionário e pelo medo de perder patrocínios, mas financeiramente. 
     Era de princípios e valores distorcidos, na qual esses são moldados somente de acordo com os mais espertos, onde apenas os mais adaptados sobrevivem a essa seleção natural; ou seria sem moral? De maneira a fazer com que o orgulho pessoal por sua nação seja destroçado, devido a falta de exemplos na sociedade e também pela mudança no conceito de vitória, que não é mais "vencer o inimigo ou concorrente" e sim apenas, "êxito brilhante, pessoal e crescente em sua própria conta bancária".

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Faces de uma mesma moeda

     Os mamíferos são natural e necessariamente emotivos, pois possuem uma sensibilidade de conservar um contato próximo aos filhos por um período de tempo, para assim protegê-los e amamentá-los. Consequentemente, esta relação emocional entre mãe e filho é a raiz de uma primeira ligação afetiva existente. Já a origem da razão, não surge de laços de afeto e sim do processo evolutivo do ser humano, o que o torna um interessante híbrido de razão e emoção, duas faces de uma mesma moeda, nem sempre em harmonia.
     O homem, ao possuir capacidade de racionalização, busca sempre o real ao filtrar suas emoções nas decisões mais importantes de sua vida. Porém, a emoção é o diferencial da espécie humana em relação aos outros animais. Por mais que se tente, não é possível ou viável deixá-la de lado, pois se isso acontecesse a condição humana seria extinta e a espécie agiria apenas por instinto, baseado somente no aprendizado de cada um, de forma a se tornar um ser bastante individual, particular e que perdeu suas convicções.
     Os sistemas autoritários de governo e a Inquisição da Idade Média são espelhos do homem extremamente racional, que ao controlar seus sentimentos e emoções autenticamente humanos, atinge o ponto máximo de sua racionalidade desumana. Ambos caracterizam o homem quando se diz "dono da razão", aquele que persegue, expulsa, julga, aprisiona e mata a favor daquilo que acredita ser o caminho da verdade absoluta, sem a existência de sentimentos e emoções, e sim prazer.
     No mundo contemporâneo, onde o ser humano possui por instinto o gosto pela vida, o meio social precisa ser não só razão, mas também coração. Não só um escudo, mas também sentimento. Um é o complemento do outro, já que é necessário que as atividades emocionais sejam equilibradas com o uso criterioso da racionalidade científica e psíquica. Para dessa forma, se utilizar bem os critérios de escolha e não confundir o psicológico com opções feitas à base de fantasia e não realidade.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Verdade ou consequência?

     A maioria das pessoas conhece um jogo bastante popular entre crianças e adolescentes chamado "verdade ou consequência", em que os participantes sentam em roda e perguntam uns aos outros se o preferível é a verdade ou um desafio. Na brincadeira, muitos veem o princípio certo como a melhor opção, para assim não se sujeitar à imaginação dos outros jogadores. Porém, na realidade há uma dúvida entre se o certo seria falar sempre a verdade ou até que ponto a mentira traz algum benefício; de maneira a definir que a vida não é um jogo.
     A sociedade atual se caracteriza por uma situação em que falar a verdade já virou uma virtude e não mais obrigação. Mesmo tal atitude sendo sinônimo de honestidade, a verdade e a mentira são relativas se levada em conta a situação. O intuito de querer agradar as pessoas de seu convívio, para criar uma simpatia e também uma aceitação social, coloca o ser humano em situações nas quais falar somente a verdade não é legal. Pois, muitas vezes a verdade incomoda ou machuca e assim se torna necessário omitir ou falar pequenas mentiras em algumas situações para não ser desagradável ou antissocial.
     Outro fato é que se todas as verdades fossem ditas a história mundial seria muito diferente do que se conhece hoje. Já pensou se Pedro Álvares Cabral tivesse dito aos índios quais eram os reais objetivos da Coroa Portuguesa ao "presenteá-los" com tantas bugigangas? Assim, se torna válido que a mentira até certo ponto tem um lugar de destaque na vida das pessoas e que talvez sem ela o presente fosse totalmente modificado.
     No jogo de "verdade ou consequência", a escolha final é uma resposta verdadeira, pois existe um certo medo do desafio proposto. Na vida real, o indivíduo deve sempre que cabível ser adepto da verdade. Pois, apesar dessa em certos momentos da vida ser dolorosa e transtornadora, a mesma mentira que fortalece laços sociais pode, como efeito ou descuido, destruí-los e assim fazer com que a sociedade lembre que as consequências propostas na brincadeira também estão presentes na realidade. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Útil e Agradável, dupla infalível

     No início do século XX, a importância necessária à construção de uma juventude ativa e ligada para com seus próprios atos e também os de uma nação era quase nula. Com a Constituição de 1946, promulgada por Eurico Gaspar Dutra, jovens maiores de 18 anos passaram a ter o direito ao voto universal e secreto. Dessa maneira, a princípio, esses ganharam "poder" e com ele responsabilidades que surgiram em um período no qual é preciso conciliá-las com a diversão.
     Tal fase é caracterizada por dúvidas, questionamentos e incertezas criadas ou impostas pelo ciclo natural da vida, o qual vê nessa época um estágio necessário para a criação de um certo grau de maturidade, talvez um pouco alto demais para um jovem, mas exigido no processo de formação do caráter de um cidadão adulto, consciente de suas ações, porém que ainda precisa de moldes para seguir.
     A mídia, como rede de influências, apresenta falhas e não dá exemplos cabíveis de como influenciar o jovem a agir com responsabilidades diante de um mundo com diferentes pontos de vista; de maneira a divulgar somente clichês do tipo: "Se beber, não dirija." depois de mostrar samba, agito e folia durante a propaganda. Assim, de forma a fazer com que o adolescente associe responsabilidade a uma tarefa maçante e não primordial.
     Mas, claro que o jovem sabe diferenciar o certo do errado, como também unir o útil ao agradável. Exemplo disso são os doutores da alegria, uma organização proeminentemente dedicada a levar pequenas doses diárias de sorriso e satisfação aos enfermos de hospitais pelo Brasil. E o engraçado disso tudo é que é sério. De modo a agir com uma iniciativa unida ao entretenimento e a responsabilidade social, o que é dever de todos.
     Diversão na juventude é um fato. Responsabilidade precisa ser também. Já que o concílio entre ambas é possível, da mesma forma que o trabalho pode levar ao prazer pessoal e assim, o agradável de insere na útil e essencial maturidade do ser juvenil que busca o autocrescimento.  

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Inevitável mundo novo

     Nos séculos passados, mulheres chamadas de "meninas de família" eram educadas por seus parentes a preservar sua pureza e intimidade até o casamento, de modo a evitar exposições desnecessárias, de acordo com a época. Contraditoriamente ao passado, onde o acesso à vida alheia era quase bloqueado, o mundo contemporâneo compreende uma era explícita, na qual com apenas um clique é possível compartilhar sua privacidade, de maneira a confundir o público e o privado.
     A era digital, época de exposição, só é possível porque em algum momento a sociedade, além de permitir, também usufruiu de seus recursos. A humanidade, por se sentir solitária, é atraída pela ideia de saber que existem outros interessados em suas vidas. É o que acontece através de "reality shows"; de blogs e twitter, que expressam ideias e sentimentos; do orkut que expõe perfis, sejam eles falsos ou reais; álbuns de fotos que mostram o passado e redes sociais de relacionamento que definem um gênero cultural. 
     Esses fatores da nova era digital servem para tornar público o que no século das "meninas de família" queria-se que ninguém soubesse, com o intuito de preservar o caráter da própria família. Porém, o fato de ser possível acessar a rede na sua residência cria uma falsa sensação de segurança e perde-se a noção de que milhares de pessoas podem ter acesso; ou seja, a proteção física cria ilusão da proteção psicológica.
     A única privacidade que resta é a do pensamento e, mesmo assim, ninguém sabe até quando. A sociedade criada é dividida entre a tecnologia a favor da segurança social, utilizada pelo governo nas cidades e espaços públicos, e também por lojas que necessitam da condição do seguro; e aquela a favor da plena exibição pública, criada pela mídia e sustentada pela sociedade. Assim, resta ao povo seguir a comum frase: "Sorria, você está sendo filmado".

Introdutório

     Olá, pessoal! Me desculpem!! Cheguei aqui e já fui escrevendo, sem ao menos dar as "Boas vindas!". Acho que me deixei levar pelo fluxo da escrita. (hahaha) Então, sempre quis fazer um blog! Mas, nunca soube sobre o que escrever. E, durante essas tardes ociosas de carnaval, resolvi criar um espaço no qual eu pudesse expor minha opinião sobre assuntos variados. Porém, todos envolvendo algum tema social que esteja bastante presente, mesmo que sem perceber, no dia-a-dia. Não se trata de um blog jornalístico, apenas exponho alguns pensamentos e críticas avaliadas sob o meu ponto de vista. Espero que gostem, mas também estou aberta a críticas.

Ps.: Como podem ver (ou não) ainda não estou muito adepta a mexer em blogs, mas prometo me esforçar para ao menos fazer dessa página algo apresentável.



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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Lobo em pele de cordeiro

     Justiça e vingança são antíteses que se fazem presentes na construção de relações socioculturais, pessoais e históricas. Assim, o cotidiano é marcado pelo senso do justo muitas vezes transformado no sentido de castigo ou punição. Como em algumas civilizações antigas que fizeram uso de leis, as quais permitiam evitar que as pessoas fizessem julgamento elas mesmas e de forma desproporcionada.
     Tal tipo de atitude exaltou uma realidade em que a vingança se veste de justiça. É o caso da Babilônia, onde existia a Lei de Talião, que consiste na retaliação; ou seja, na rigorosa reciprocidade do crime e da pena. Essa lei é, frequentemente, expressa pela máxima "olho por olho e dente por dente". No qual ocorria o princípio do recíproco e o criminoso era punido de maneira igual ao dano causado ao outro.
     No "castigo-espelho" criado no reino babilônico há uma contraditoriedade de conceitos. Pois, já que lei é uma regra de direito criada para se manter a ordem e o progresso, para que revidar com o prejuízo igual ao recebido? Não seria o mesmo que se vingar? Isso prova que a confusão entre ser justo ou vingativo não é um problema presente apenas na contemporaneidade, mas que sucede na história da humanidade e do mundo capitalista, onde o dinheiro faz miséria aos menos afortunados.
     O fato de que quem tem poder, seja ele qual for, faz a justiça vingar a seu modo é evidente. Porém, a vingança não é o melhor remédio, pois seria como curar uma doença com outra. Também não é ser passivo, mas sim tolerante e maduro o suficiente para se colocar no lugar do outro, exercitar o perdão, a compaixão e a sensatez como elemento de avaliação. Já que, a vingança se disfarça, muitas vezes, de justiça para se impor.